quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

O azul é o céu das morenas - Dress to Impress

"Dress to Impress" foi o lema da Rainha Isabel I de Inglaterra. Embora em privado ela preferisse vestidos simples e fosse capaz de o usar durante dois ou três dias, em público glosava esse tema. As roupas eram um importante sinal exterior de estatuto para os isabelinos e não lhes passava pela cabeça que alguém não se vestisse de acordo com a classe social a que pertencia. Assim sendo, a Rainha tinha de ser a mais majestosa das mulheres.
  Se uma dama da Corte tinha a imprudência de usar um vestido mais belo do que o da Rainha, era tão severamente admoestada como se tivesse incorrido num incidente diplomático. Na verdade, elas sabiam qual era o seu papel em matéria de guarda-roupa: complementar rica, mas humildemente, o visual escolhido por Isabel. Nos últimos anos de vida dela, era-lhes pedido que optassem por vestidos simples, de uma única cor, geralmente branco ou prateado.
  Ao que dizem a maior parte dos (muitos) biógrafos, a paixão de Isabel pela moda teve as suas raízes na infância, quando a sombra da execução da mãe e da sua alegada bastardia a afastou da maior parte dos luxos a que, noutras circunstâncias, tinha acesso uma princesa de sangue real (a tal ponto que uma das suas aias ousou enfrentar o cruel monarca, pedindo-lhe que se condoesse da situação da menina). Este arremedo de psicanálise não explica tudo.
  Na verdade, Isabel I, mais do que qualquer homem seu contemporâneo, era um animal político e cedo percebeu  que a majestade no vestir é parte fundamental do espectáculo que a realeza tem de ser, antecipando em várias décadas aquilo que o Rei-Sol, Luís XIV,faria na França do século XVII

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