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As Manas Perliquiteques. Fotografia de Joshua Benoliel |
O guarda-roupa é elemento fundamental para a caracterização da personagem real ou fictícia. Não admira, por isso, que muitas das personagens mais populares da História das cidades tenham sido fixadas também pelas particularidades da indumentária.
Conforme podemos ler no precioso Dicionário das Alcunhas Alfacinhas, Lisboa não foi excepção a esta regra. Andoche Junot, o General íntimo de Napoleão que comandou a primeira invasão francesa em Portugal, era também conhecido, nas suas andanças lisboetas, como "o botas de veludo" mas não faltaram outros tipos como "o petit janota", "o sapateirinho da Bica", "o veste saias", o "avô dos janotas" ou o "barão das chitas".
Famosas pelo guarda-roupa com que se passeavam em Lisboa na segunda metade do século XIX foram as Manas Perliquiteques. Nascidas numa família de ricos comerciantes, as irmãs Carolina Amália e Josefina Adelaide morreram solteiras e na penúria. O cruel Chiado não deixou de notar o contraste entre as suas dificuldades e o aprumo cada vez mais fora de moda com que se vestiam. Deu-lhes o nome de Manas Perliquiteques que, muitos anos depois, ainda designava quem se vestia com demasiada cerimónia para a ocasião ou para as suas posses.
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